Ei, moça! Nós estamos com você.

Ontem uma notícia horrível nos assombrou, uma menina de 16 anos foi estuprada, não por 1 homem, mas por 30 HOMENS. Me doeu o coração, imaginei a aflição, a dor, o desespero pelo qual aquela moça passou, não consegui. Não consegui porque é uma dor inimaginável, mas moça, nós estamos com você! Nós tomamos sua dor, vamos lutar por você porque é assim que somos, somos irmãs.

Mesmo depois de uma notícia com essa, me deparei com barbaridades na internet. Pessoas dizendo que "se ela estivesse em casa, isso não teria acontecido", "ela tirava fotos mostrando o corpo, mereceu", "quem anda com porcos come farelo", etc. etc. etc. É necessária a desconstrução desse pensamento ridículo de que a culpa é da vítima, pois a CULPA NUNCA É DA VÍTIMA, ninguém pede para ser estuprado.

Vivemos em uma sociedade onde se é ensinado a não ser estuprado, e não a não estuprar, isso é a cultura do estupro, nada tem a ver com a roupa que usamos, com quem andamos, mas com a impunidade, com a naturalização da violência contra a mulher, com o domínio do sexo masculino sobre o feminino.

Não podemos continuar assim, onde esse tipo de pessoa estupra, violenta, depois posta um vídeo e ainda assim a culpada é da vítima. Precisamos sentar e refletir, discutir, o que realmente estamos fazendo aqui, o que podemos fazer para ajudar na desconstrução desse pensamento. Não! A minha luta não é em vão, eu luto pelas Marias, pelas Josefas, pelas Fernandas, pelas mulheres que precisam do nosso apoio, que precisam saber que elas têm quem as apoie sem julgar. 

M.F.

Ei, moça! Vivemos em um mundo de perspectiva falocêntrica? 

Primeiramente, você já ouviu falar sobre falocentrismo? Sabe o que isso quer dizer? Então, a seguir tentarei explicar de uma forma bastante clara e sumarizada o que realmente significa esse conceito bastante citado quando falamos de feminismo, construção de gênero e da identidade. Falocentrismo, de acordo com teorias lacanianas é o nome dado ao empoderamento e controle do "homem" sobre a sociedade, sendo assim, a representação desse poder é feita pelo ícone que indica o ser como macho: o falo, o "controlador", o centro de todo esse governo manipulado pelo homem.

Dentro do conceito de falocentrismo, temos duas ideias que circundam o "ser". A primeira seria a posição de "ser" o falo e a segunda a de "ter" o falo. De acordo com Judith Butler (2013), pensadora feminista, "ser" e "ter" o falo constituem posições sexuais diferentes, ou não-posições (na verdade, posições impossíveis), no interior da linguagem. Ou seja, é ser o objeto de um desejo masculino (de uma posição heterossexualizada), mas, além disso, representar e refletir esse desejo.

A posição atribuída à mulher é a de "ser" o falo, essa posição (em relação a do homem, que é de "ter" o falo) é explicada por Judith Butler em seu livro "Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade" a qual ela diz que: "Diz-se que as mulheres "são" o Falo no sentido de manterem o poder de refletir ou representar a "realidade" das posturas auto-referidas do sujeito masculino, um poder que, se retirado, romperia as ilusões fundadoras da posição desse sujeito. Para "ser" o Falo, refletoras ou garantes da posição aparente do sujeito masculino, as mulheres têm de se tornar, têm de "ser" (no sentido de "posarem como se fossem") precisamente o que os homens não são e, por sua própria falta, estabelece a função essencial dos homens. Assim, "ser" o Falo é sempre "ser para" um sujeito masculino que busca reconfirmar e aumentar sua identidade pelo reconhecimento dessa que "é para". Num sentido vigoroso, Lacan contesta a noção de que os homens signifique o significado das mulheres, ou de que as mulheres signifiquem o significados dos homens." (BUTLER, 2013, pg. 76)

É isso aí moçxs, espero ter tirado algumas dúvidas sobre falocentrismo e explicado um pouco, se alguém tiver curiosidade de ler mais sobre isso, o livro da Judith Butler que citei acima faz um trabalho maravilhoso e mais aprofundado sobre esse assunto. Boa leitura! Obrigado por ter lido e visitado o EI, MOÇA!

Abaixo está um vídeo que fala um pouco mais sobre falocentrismo. Assistam! Além disso, o link a seguir da Revista Cult também explica algumas questões que circundam o conceito de feminismo: https://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/psicanalise-e-feminismo/

L.F.

Ei, Moça! O mundo dá voltas!

Há algumas décadas atrás, quem poderia imaginar as mulheres se empoderando, tomando à frente trabalhos nunca antes imaginados serem realizados por elas e assumindo cargos de liderança e lugares de destaque?

Pois é, moçxs, mas o mundo dá voltas! E veja só quantas coisas já foram conquistadas através da luta das mulheres em favor de seus direitos. Antes, mulher não era caminhoneira, não era empresária, não era presidente...

No entanto, hoje é possível observar a mulher cada vez mais presente no mercado de trabalho antes dito "só para homens", o que tem se provado não ser verdade, não acha? Afnal, muitos são os exemplos de mulheres que se destacam nos trabalhos que realizam.

Um exemplo de trabalho cuja presença de mulheres não era comum era no estilo musical RAP. Mas hoje em dia, há sim MCs que encontraram no RAP, através da música, um meio de vida. 

Um exemplo de mulheres MCs é a cantora BrisaFlow. Confira um pouco da história dela neste vídeo produzido pela Carta Capital em parceria com Lugar de Mulher e deixe seu comentário:

J.K

Ei, Moça! O que você acha da imagem da mulher apresentada pela mídia?

Todo mundo já sabe: Toda vez que nós assistimos à um comercial de cerveja, a todo momento aparecem pessoas com muito calor e mulheres que estão vestidas com um biquíni muito pequeno e com corpos exuberantes. Corpos esse que não possuem expressão, pois na maioria das vezes essas mulheres não possuem fala. Quer comercializar detergentes, sabão em pó, ou qualquer outro produto de limpeza? As mulheres aparecem de novo, dessa vez com o pressuposto de que as tarefas domésticas ainda estão direcionadas somente para nós.

Vemos isso a todo tempo, passa tão despercebido que não ligamos para isso e muito menos paramos para refletir nessa realidade da representação da mulher nos comerciais. Diversas vezes o contexto é o mesmo, mulheres que não tem muito o que dizer, competitivas umas com as outras, as rainhas do lar. "É só propaganda", diriam alguns. Alguns muitos. Outros vários diriam que quem vê problema nessa má representação da mulher está é "falta do que fazer". Na realidade, precisamos ser mais críticos com esse aspecto, não podemos deixar que a mulher seja vista com essa perspectiva, necessitamos mudar essa realidade. Não somos apenas um corpo bonito na praia, ou uma dona de casa que se preocupa apenas com os produtos de limpeza. Nós temos muito o que falar, muito em que opinar e nos expressar, não podemos admitir e muito menos deixar nossa imagem se reduzir a apenas a isso na mídia.

S. F.

Ei, moça! Como vai o mercado de trabalho? 

     Ao longo dos anos foram inúmeros os desafios culturais rompidos pelas mulheres, a conquista ao direito de votar e ser eleita foram algumas delas. Aos poucos está se quebrando o tabu em que ela é somente para cuidar da casa, dos filhos, do marido e no máximo fazer uma atividade artesanal.

    Mesmo tendo aumentado a participação profissional delas em várias áreas, a distinção em relação aos homens ainda é considerada enorme, várias empresas têm receio de contratar mulheres, alguns dos motivos são a licença maternidade e o período menstrual. A inferioridade do salário, é um ponto crucial, mas com o tempo e conscientização mostraremos que somos tão competentes quanto eles e teremos nosso lugar por direito.

   Se a constituição afirma que todos somos iguais perante a lei, não deveria haver distinção de gênero na área profissional. Aos poucos a classe feminina tem provado sua competência, profissionalismo, habilidade de trabalhar em equipe, criatividade, liderança e aos poucos em algumas áreas estão rompendo as barreiras do preconceito, conseguimos encontrar mulheres atuando como motorista de ônibus, mestre de obras e como mecânicas, atividades antes vistas apenas como masculinas. Mas aos poucos e com paciência a sociedade está entendendo que não existe profissão somente para o homem ou para mulher, mas que qualquer indivíduo tem o livre arbítrio de escolher a profissão que o fará feliz.

   A atual realidade é uma vitória, porém ainda há muito a ser conquistado. A conscientização de que ambos os sexos podem desempenhar as mesmas funções é uma delas e deve vir desde da infância, os pais ensinando os filhos que não deve haver diferenciação entre o "sexo frágil", pois não existe sexo frágil. É trabalhoso e demorado mas o sexo feminino deve continuar insistindo e lutando pela igualdade e juntas chegamos lá.

T. v.


Ei, moça! Até onde somos feministas?

Moçx, você ainda acha estranho uma moça chamar um moço para sair? E uma moça que é mãe solteira? Você julga quem quer casar ou quem não? Vamos ter uma conversa.

Temos o machismo apregoado em nosso ser (questão histórica/religiosa), ainda que sejamos feministas, acabamos por não perceber que isso existe, mas nos analisemos na prática.

Ainda que você tenha dito não em seu pensamento sobre todas as questões acima, quando se depara com isso, algo em você acha estranho, julga e olha torto. O feminismo é um exercício diário, é preciso praticar sempre, paremos de nos importar com coisas que não são problemas, mas escolhas.


Outra coisa que julgamos, do mesmo jeito que se julga quem não quer casar, ter ou não filhos e família, se julga, também, quem quer essas coisas. Isso se deve ao fato de que da mesma forma que muitas vezes não fazemos o nosso exercício diário, acabamos por fazê-lo  com exesso e enxergando machismo onde é somente uma questão de escolha.

Ora, moçx, se pregamos a liberdade, quem a tem faz o que quer, o que se sente bem. Uma pessoa bem decidida, pode casar, não casar, ter ou não ter filhos, sozinha ou acompanhada, pois, se formos julgar tudo isso e fazer do feminismo uma cartilha a ser seguida, estará o feminismo sendo igual ao machismo com uma falsa ideologia. 

Agora fiquemos com um vídeo da nossa querida Emma Watson, onde ela falará um pouco sobre feminismo e o movimento #HeForShe.

M.F.

Ei,moça! Você acha que só existe abuso físico?


Abuso emocional

     O abuso físico é apenas um das formas de violência contra alguém (não só a mulher), pois ele faz parte de uma construção, a qual começa com piadas preconceituosas, essas, derivam de um estereótipo estigmatizado pela sociedade, avançando assim para as ameças, o assédio e o abuso verbal, depois desse patamar, o abuso desenvolve-se chegando ao abuso físico, ou seja, todas as formas de agressão contribuem para a permanência de todo esse regime patriarcal abusivo. Não ria de piadas machistas, homofóbicas e transfóbicas, isso encoraja a perpetuação de um sistema de violência! Um simples ato faz sim toda a diferença, para mudar a realidade, muda-se primeiro o pensamento.

"Hum, acho que estou em um relaciomento abusivo, o que faço agora?" Bom, moçx, se você quer sair dele, você tem duas opções:

 1. Mude-o, não aceite essas imposições, você não precisa disso! 

2. Acabe! Ás vezes estamos com alguém que não vale tanto a pena, acabamos nos acostumando e vamos ficando, como em um sofá muito fofinho que nos engole e não nos deixa levantar!


Relacionamento abusivo

     Inúmeras vezes nos deparamos com relacionamentos em que um dos dois sofre abuso emocional e nem se dá conta, pois certos comportamentos se tornaram tão repetitivos que a sociedade passou a aceitá-los, mas é preciso saber que não se precisa nem se deve aceitar essa realidade, moçx. 

   "Será que eu estou em uma relacionamento abusivo e não sei?" Aqui vai uma dica: se você responder sim para 3 ou mais afirmções, você está em um relacionamento abusivo!

      Por fim, quero deixar claro que esse post é só para informar e esclarecer, não ache, moçx, que quero acabar com o seu relacionamento! É só uma questão de acreditar que pessoas bem informadas vivem melhor e fazem escolhas melhores! 

    Tá com dúvida? Leu esse post e ficou meio sem saber da vida? Não se enquadrou em nenhuma das afirmativas acima mas acha que está em um relacionamento desse tipo? Sabe que não te faz bem, tem medo, quer acabar? Ninguém precisa carregar um fardo só! Fala com a gente, as conversas são sigilosas!

      Para fechar esse post de uma maneira mais leve, aqui vai um vídeo da Jout Jout sobre relacionamentos abusivos para descontrair um pouco e te ajudar ainda mais a entender esse tema polêmico!

L.R.

Ei, moça! Você sabe a diferença entre gênero e sexo?

Dois conceitos comumente confundidos e facilmente explicados! Para ficar ainda mais fácil a Associação do Projeto Be Equal fez um vídeo para esclarecer esse assunto! Um vídeo com linguagem simples, clara e bem rapidinho, assite aí que vai valer a pena!

Ei, moça! Precisamos falar sobre a violência contra a mulher e a Lei do Feminicídio!

"Sua feminista de merda. Mulherzinha, isso que tu é. Olha pra ti agora, tu não passa de uma mulherzinha. Cadê a feminista agora?"

(Agressor de Cinara Antunes, funcionária do Judiciário estadual do RS, militante do MML - Movimento Mulheres em Luta - e recentemente vítima de uma tentativa de feminicídio por parte de seu ex-parceiro).

Ameaças. Tortura psicológica. Agressão verbal e corporal. Pânico. E dessa forma, começa o pesadelo na vida de uma mulher...

Achou chocante o trecho de violência relatado acima? Pois é, e o que mais chama atenção é saber que o agressor se tratava do companheiro da vítima que vivia com ela sob o mesmo teto, alguém em quem ela achou que poderia confiar, alguém que, inclusive, apoiava sua militância dentro do movimento feminista. Pode até causar um choque inicial (e não é para menos), mas cenas como essa, de violência doméstica contra mulher, ocorrem (em números alarmantes) aqui no Brasil, onde a cada 12 segundos uma mulher é violentada (Secretaria de Políticas para Mulheres do Governo Federal), a cada 10 minutos, uma mulher é estuprada (Mapa da Violência) e a cada 90 minutos, uma mulher é assassinada (IPEA). Casos assim estão associados à questão gênero e com frequência ocorrem dentro de casa e geralmente por parte de algum membro da família.

Foi o que aconteceu com Cinara Antunes. E um fato curioso foi que além de ela ter de esperar cinco horas para fazer o B.O., reparou que na TV da sala de espera da delegacia estava passando uma novela, na qual um homem que se sentia traído espancava a própria companheira. Irônico, não? Mas não é incomum se deparar com esse tipo de violência apresentada publicamente com tanta naturalidade através de diversos veículos de comunicação. Essa naturalização da violência contra a mulher faz com que este grave problema seja banalizado a tal ponto de ser encarado como algo comum que não se pode evitar ou lutar contra. É um erro pensar assim. Violência contra mulher não deve ser encarado como sem importância e simplesmente não se falar a respeito, por mais "natural" que possa parecer.

Afinal, a violência contra as mulheres é uma grande violação dos direitos humanos. E suas consequências negativas alcançam não somente as vítimas diretas, como também suas famílias e comunidades. E acarreta num mal estar generalizado por parte das mulheres, as quais muitas vezes se sentem impossibilitadas de participar integralmente da sociedade. O medo frequentemente inibe, é verdade. No entanto, o medo também pode encorajar e tomar forma, que é o que tem acontecido nas últimas décadas de luta contra esse problema e pode ser visto em medidas que têm sido tomadas para tentar evitar a ocorrência desses casos e contribuir para a redução dos altos índices de violência contra a mulher.

Você sabia que uma dessas medidas tomadas aqui no Brasil, por exemplo, foi a criação da Lei de Feminicídio (Lei nº 13.104/2015), sancionada no dia 9 de março pela Presidenta Dilma Rousseff e criada a partir da CPMI que investigou a violência contra as mulheres nos estados brasileiros, de março de 2012 a julho de 2013? Mas o que é FEMINICÍDIO? Trata-se de uma forma de assassinato de uma mulher por sua condição de ser mulher. É um crime de ódio, de caráter opressivo e que subjuga a mulher, submetendo-a abusos físicos e psicológicos, culminando em morte. E segundo essa Lei, feminicídio caracteriza crime hediondo, ou seja, considerado de extrema gravidade, e que em razão disso recebe penas mais rigorosas do que as demais infrações penais. É crime inafiançável e insuscetível de graça, anistia ou indulto e ainda possui agravantes.

"O feminicídio é a instância última de controle da mulher pelo homem: o controle da vida e da morte. Ele se expressa como afirmação irrestrita de posse, igualando a mulher a um objeto, quando cometido por parceiro ou ex-parceiro; como subjugação da intimidade e da sexualidade da mulher, por meio da violência sexual associada ao assassinato; como destruição da identidade da mulher, pela mutilação ou desfiguração de seu corpo; como aviltamento da dignidade da mulher, submetendo-a a tortura ou a tratamento cruel ou degradante."

(Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre Violência contra a Mulher - Relatório Final, CPMI-VCM, 2013).

A existência de uma lei como esta prova que medidas de políticas públicas têm sido tomadas para não ignorar que violências/homicídios de mulheres por questão de gênero aconteçam e não tenham de ser tratadas como algo banal. Pelo contrário, devem ser punidos rigorosamente. Certamente, a Lei de Feminicídio contribui para que casos como o de Cinara Antunes sejam combatidos e prevenidos, apoiando e incentivando a mulher a não se calar. Mas e você, o que acha sobre a existência dessa Lei? Ela seria suficiente para acabar definitivamente com o problema da naturalização da violência contra a mulher? Se não, o que mais poderia ser feito? 

Veja o relato completo do caso de Cinara Antunes em: https://www.pstu.org.br/node/22034

J.K



Ei, moça! Somos construídos.

Nunca antes vivemos um século que mais discutisse sobre feminismo e identidade de gênero como o qual vivemos hoje (Já estava mais que na hora de falarmos sobre isso). O século XXI pode ser caracterizado como o século que tem como pauta principal, principalmente de todas as minorias, o desejo de sermos "iguais", esse "iguais" do que falo, refere-se a igualdade perante a lei e a sociedade, onde todos, independente de quem sejam, tenham os mesmos direitos.

Bom, mas o que seria o feminismo e a identidade de gênero? Há alguma relação entre elas? Muitas pessoas hoje destorcem o verdadeiro significado do que é ser feminista. Com base em algumas leituras de textos sobre o que é feminismo e o que de fato esse movimento apoia, me vejo em possibilidade de apresentar-lhes tal definição. Feminismo é o nome dado ao movimento que surgiu por volta do ano de 1789 com o iluminismo e tem a mulher como seu sujeito teórico. O que de fato o movimento feminista defende é a igualde de direitos entre os homens e as mulheres, a mulher pode fazer o que quiser e ser quem ela quer ser e não porque uma legião de homens machistas as impõe. O machismo é um comportamento retrógrado e sem base alguma para sua legitimidade, ser machista é estar em um campo de hipocrisias, é fechar os olhos para o que está claro. A mulher é livre, assim como todos também são. Todos, independentemente de serem homem ou mulher, podem e devem ser feministas, numa sociedade "grandemente" evoluída da qual vivemos, não podemos mais apoiar e/ou aceitar a desigualdade entre os sexos.

Portanto, o feminismo não é um movimento do qual visa uma "rebelião" das mulheres contra tudo e todos, mas um movimento de posicionamento que defende a igualdade de direitos entre nós. Infelizmente, ainda hoje temos exemplos de desigualdades referentes ao sexo, como por exemplo: muitas mulheres, em muitos países, ainda ganham menos que os homens em mesmas atividades, muitas outras são submissas aos homens em algumas culturas, entre outros.

De acordo com Simone de Beavouir, teórica francesa feminista, "a gente não nasce mulher, torna-se mulher.", o que dizer desta frase? Podemos notar que o conceito de feminismo se funde com o de gênero. Gênero e sexo são duas coisas distintas. Com relação ao binarismo do sexo, o de fêmea e o de macho, adotou-se também um binarismo para o gênero, como o masculino e o feminino, mas o que é ser masculino e o que é ser feminino? Podemos definir, assim, um binarismo para o gênero? Teóricas feministas afirmam que o gênero é uma construção cultural. Beavouir ao dizer que não nascemos mulher e sim, nos tornamos mulher, em seu livro The Second Sex de 1973, implica um conceito bastante relacionado à questão de identidade de gênero, o de construção. Para Beavouir o gênero é uma construção e essa construção não provem do sexo, como afirma ela: o "ser" que se torna mulher não necessariamente precisa ser fêmea. Todavia, definir um binarismo para gênero seria um completo ato de intolerância contra nós mesmos, pois, nas palavras de Beauvouir "o corpo é uma situação", não é o corpo que vai definir seu gênero, não é o gênero a consequência do seu estado biológico e sim seu posicionamento cultural que vai construir o gênero.

L.F.

Ei,moça! De calça jeans ou minissaia, exigimos respeito!

        Uma pesquisa feita em 2014 pela Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), afirma que mais da metade dos entrevistados são a favor da prisão em casos de violência física contra a mulher, porém nessa mesma pesquisa foram analisados outros critérios, dentre eles uma avaliação que teve como ponto de partida a frase "se mulheres soubessem se comportar, haveria menos estupros", 65% das pessoas concordaram com essa afirmativa.
     A partir desse resultado alarmante, observou-se um tipo de pensamento que revela que mulher que usa roupas curtas quer ser atacada/estrupada. Isso indica, então, que a mulher não tem direito de usar minissaia, short, vestido ou até mesmo a regata, pois estaria provocando e dando liberdade para ser atacada.
    É absurdo observar que as pessoas não entendem a gravidade disso, todos têm que entender que a culpa NUNCA é da vítima.
   É algo realmente assustador que, no século XXI, ainda existe esse tipo de pensamento o qual vem sendo plantado há centenas de anos e sem nenhum fundamento, não é porque alguém sai de casa de minissaia ou short curto que quer chamar atenção, sobretudo levando em consideração o clima tropical do país que vivemos, mas quando um homem sai sem camisa na rua, é visto como algo normal e significa simplesmente que está com calor, já para uma mulher, sair sem blusa é atentado ao pudor.
   Portanto, diante dessa desigualdade imposta pela sociedade, não podemos nos calar, vamos exigir respeito estando de minissaia ou calça jeans, pois, usando roupa curta ou não, ninguém tem o direito de invadir o nosso espaço. 

T.V. 

Ei, moça! Vamos entender a diferença entre cantada e assédio?

    O início para a discussão sobre o feminismo e o machismo nunca pareceu ser tão inofensiva. As denominadas "cantadas", ou 'elogios', levantaram debates sobre o que é, e o que não é correto para se falar a mulheres desconhecidas em ambientes públicos.

     Movimentos feministas e estudiosos na questão de gênero, classificam as cantadas como uma forma de violência contra a mulher, simultaneamente são rebatidos por setores que advertem para a ameaça da criação de um tipo de cartilha feminista, que decorreria a reger novas reformas, mais rigorosas, de relações sociais.

      Karin Hueck, jornalista, realizou uma pesquisa online onde 99,6% das mulheres participantes do questionário disseram já ter sofrido algum tipo de assédio verbal, quando estavam na rua, no ônibus, na balada e no trabalho.

     Adjetivos como "Linda" e "Gostosa" são algumas das exclamações mais faladas pelas participantes. 83% destas, disseram que não consideram as cantadas como algo positivo, e 90% disseram já ter mudado de roupa com medo de sofrer algum tipo de assédio ao sair de casa.

    Segundo a jornalista, as cantadas são situações recorrentes no dia a dia de toda mulher, apesar de prática generalizada, esse é um tema pouco abordado quando se discute questões de gênero, por ser visto como algo natural.

   A reciprocidade e o interesse mútuo são colocados como um grande divisor de águas para estabelecer o que é uma manifestação saudável de interesse de uma pessoa por outra. A grande diferença é que uma coisa é a paquera e outra coisa é uma cantada. A paquera pressupõe que a menina esteja interessada no rapaz.

   As cantadas partem do pressuposto que o corpo da mulher é público, em oposição ao íntimo, porém, o fato de a mulher andar no espaço público não torna o corpo dela público. Ninguém tem o direito de invadir a intimidade dela só porque ela está andando onde ela quer.

   Todos temos o direito de ir e vir, aliás esse direito é garantido constitucionalmente, basta possuir apenas educação, bom senso e respeito, para que todos possamos andar tranquilamente, sem medo de ser feliz.

S. F.


Ei, moça! Senta aqui, vamos conversar.

Se você está embarcando nesse movimento agora, por esse texto, com certeza já disse alguma das seguintes frases:

" Não sou machista nem feminista, sou humanista. "

" Não sou feminista. Apenas quero igualdade. "

O feminismo busca a igualdade, ele não prega ódio, nem a dominação das mulheres sobre os homens. O feminismo quer aniquilar esse sistema de um sexo dominar outro. Se você fala uma dessas frases citadas acima ou as duas, tenho um diagnóstico para você: Você é feminista.

1. Você concorda que uma mulher deve receber o mesmo valor que um homem para realizar o mesmo trabalho?
2. Você concorda que mulheres devem ter direito a votarem e serem votadas?
3. Você concorda que mulheres devem ser as únicas responsáveis pela escolha da profissão, e que essa decisão não pode ser imposta pelo Estado, pela escola nem pela família?
4. Você concorda que mulheres devem receber a mesma educação escolar que os homens?
5. Você concorda que cuidar das crianças seja uma obrigação de ambos os pais?
6. Você concorda que mulheres devem ter autonomia para gerir seu dinheiro e seus bens?
7. Você concorda que mulheres devem escolher se, e quando, se tornarão mães?
8. Você concorda que uma mulher não pode sofrer violência física ou psicológica por se recusar a fazer sexo ou a obedecer ao marido?
9. Você concorda que atividades domésticas são de responsabilidade dos moradores da casa, sejam eles homens ou mulheres?
10. Você concorda que mulheres não podem ser espancadas ou mortas por não quererem continuar em um relacionamento afetivo?

É isso o que o feminismo busca, IGUALDADE.

Outra ideia equivocada é achar e falar que feministas não podem usar salto, usar vestido, usar maquiagem, etc. Nada disso, esse é um movimento que também prega a liberdade sobre seu corpo, você deve usar e fazer o que se sentir confortável. Ser feminista não quer dizer que eu tenho que odiar homens ou ser contra eles. Esse movimento prega amor, liberdade e igualdade.

M.F. 

Ei, moça! Você sabe o que é o estudo queer?

      No começo de tudo, quando as mulheres passaram a se dar conta de que a sua submissão não era um fator obrigatório e normal que devia ser aceito de cabeça baixa, surgiu a Crítica feminista, com a finalidade de abordar a igualdade entre os gêneros, de mostrar que as mulheres eram, e são, tão capazes e necessárias para a sociedade como os homens. Enfocava a relação homem hétero X mulher hétero, mas com um maior grau de liberdade sendo alcançado por essa e outras lutas, tal corrente não mais dava conta de englobar tudo o que precisava ser defendido, surgindo, assim, os Estudos de gênero, os quais focavam não apenas  na relação acima descrita, mas também levando em conta a sexualidade de cada um. Após certo tempo, essa  corrente também se tornou incapaz de abranger tudo o que precisa ser abarcado, aparecendo, então, o Estudo queer. Ele envolve não só as relaçãos homem (hetéro/homo) X mulher (hetéro/homo) e os desdobramentos dela, ele estuda todas as possíveis relações e submissões que existem em detrimento de gênero ou sexualidade. Nossas diferenças não nos fazem melhores ou piores que os outros, só porque um modelo é escolhido como o ideal pela mídia, pela sociedade ou por quem for, não significa que este é o certo e todos os outros estão errados e por isso são inferiores ou menos capazes, essa relação de capacidade com gênero ou sexulidade simplesmente não existe. O discurso queer transpassa inúmeras questões de identidade, por exemplo, a questão da raça, pois, qualquer coisa que seja diferente do discurso central da nossa sociedade é excluído, é marginalizado, quando não, submetido a preconceitos sendo estigmatizado. Abraçar as diferenças é nosso principal recado: cor, gênero, sexualidade, nacionalidade, nada disso importa! Somos diferentes ( ainda bem) e todos merecemos e exigimos respeito.

L. R.

© 2016 Ei, Moça. Maceió. eimocablog@gmail.com
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